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terça-feira, 6 de abril de 2010

Messi 4 - 1 Arsenal


A mitologia grega conta a lenda de Midas, o homem que transformava em ouro tudo aquilo em que tocava. O seu sucessor dos tempos actuais parece morar em Barcelona. Lionel Messi, em 2009 galardoado pela FIFA como o melhor jogador do mundo, tem feito jus ao epíteto e continua a dar espectáculo atrás de espectáculo.
Depois dos «hat-tricks» recentes para a Liga espanhola, chegou a vez da Liga dos Campeões. E com bónus. Um «poker» a coroar uma exibição impressionante. Quatro golos, todos eles reveladores da extrema qualidade do argentino.
O primeiro acto decorreu na primeira parte. Aos 21 minutos, o argentino a quem todos gabam a classe, mostrou que também é capaz de abrir fendas com o uso da força. Remate portentoso à entrada da área, após um mau corte de Silvestre e Almunia estava batido. Aos 37, lembrou que é exímio a ler o jogo. Depois de desmarcar Keita na esquerda, foi à área aproveitar o mau corte da defesa do Arsenal e, oportunista, bisou. Fechou o turno aos 42, num lance onde, aí sim, veio ao de cima toda a classe que se lhe reconhece. Aproveitando o passe de cabeça de Keita, correu vários metros com a bola controlada e fez um chapéu perfeito a Almunia.
A inspiração de Messi veio em boa altura, diga-se. É que o Arsenal já estava em vantagem no marcador. Wenger havia prometido uma equipa lançada em busca de um golo madrugador. Na verdade, seja por mérito do Barcelona ou incompetência londrina, os ingleses nunca conseguiram assustar verdadeiramente os catalães, quanto mais sufocar. Mas não foi por isso que o desejado golo madrugador não apareceu. Milito facilitou, Diaby roubou-lhe a bola, deu para o «supersónico» Walcott e este assistiu Bendtner. O dinamarquês permitiu a defesa a Valdés no primeiro remate, mas, na recarga, não perdoou.
Depois...bem, depois houve o referido «show» de Messi. E esse vale o bilhete.




Pedro Rodriguez antes do «encore» argentino
Como é tradição, depois da tempestade, surge a calmaria. O «furacão» Messi não deixou pedra sobre pedra no Arsenal e o intervalo veio acalmar as hostes. O argentino esteve bem mais apagado no segundo tempo, prejudicado pelo futebol mais retraído da sua equipa. Quando Guardiola trocou Bojan por Touré a confirmação estava dada. Não há espaço para novo susto. A receita de Londres permitiu ao técnico espanhol encontrar a dose certa de conservadorismo. O resultado serve, é preciso segurá-lo.
E o Arsenal não conseguiu encontrar armas para combater o esquema catalão. Wenger lançou Eboué e Eduardo, mas os resultados não se vislumbraram. E a melhor oportunidade foi mesmo do Barcelona. Num lance parecido com o que deu a vitória ao F.C. Porto frente aos «gunners» nos oitavos-de-final, Messi cobrou rapidamente um livre e isolou Pedro Rodriguez. O «canterano» tentou o chapéu a Almunia, mas atirou ao lado.
Já com o público a gritar «Olés», extasiado por mais uma noite de sonho do Barcelona, surgiu o «encore» de Messi. Arrancou pelo centro, deu cabo dos rins a Eboué, enganou Vermaelen e, à segunda, bateu Almunia. Bonito final de festa.
O Barcelona continua na rota certa para a final de Madrid, onde se poderá tornar bi-campeão europeu. Segue-se José Mourinho e o Inter de Milão. Messi, esse, começa a esgotar os adjectivos. Para evitar repetições inúteis, um título que ganhou esta noite: é o melhor marcador da Liga dos Campeões, com oito golos, superando...Cristiano Ronaldo.

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